terça-feira, 1 de março de 2011

Os Lusíadas - Canto IX


O Canto IX conta-nos como os portugueses se livram dos mouros. Queriam reter as naus lusas até virem as de Meca para as destruir. Entretanto o Gama sabe que os feitores tinham sido presos. Faz represália e detém alguns dos antigos mercadores que se encontravam nas naus portuguesas. Isto dá brado na cidade. O Samorim é informado. Os feitores são libertos. E ei-los a caminho. Com eles parte Monçaide, a nossa primeira conquista.
A deusa Vénus com o auxílio de Cupido, seu filho, prepara, entretanto, uma "insula divina" aos navegantes para "prémio de quanto mal passaram" (est. 18-23 e 88 e seguintes) e, finalmente, para descansarem.
No regresso passam, então, os nossos marinheiros pela ilha dos Amores, que é um meio de que o Poeta se serve para imortalizar os seus heróis. Aqueles que tinham partido como heróis regressam como semideuses (est.91-95). Todos são recebidos com amostras de amor intenso pelas Ninfas nessa "ilha deleitosa", autêntico "locus amenus". Magnífica descrição desse lugar paradisíaco, verdadeiro oásis nesse deserto de canseiras, onde todos os marinheiros encontram uma ninfa amorosa, e até Leonardo, que em amores sempre fora mal afortunado, consegue ver a sua caída aos pés, "toda banhada em riso e alegria".
A Vasco da Gama, porém, estava reservada "ua delas, a maior, a quem se humilha / todo o coro das Ninfas e obedece". Trata-se de Tétis que, "tomando-o pela mão", o levou a um rico palácio "de cristal e de ouro puro e fino", situado no cume de um monte, onde "passam a maior parte do dia" (est. 1-87).
Camões termina o Canto explicando o sentido alegórico desta "ilha angélica" e faz considerações sobre a forma de alcançar a imortalidade.



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