terça-feira, 20 de novembro de 2012

A doce Violeta


A Violeta tinha a sentença ditada ou arranjava uma família ou teria um triste fim. Como não gosto de fins tristes, adoptámo-la. Primeiro, não havia consenso cá em casa: dois queriam muito um gatinho, uma não queria um fim triste para a linda Violeta e, por isso, estava semi de acordo e um estava contra. Reunimos, pesámos os contras e os prós, estipulámos tarefas... Os que queriam muito, muito, mas muito um gatinho é que tinham de tratar da doce Violeta. Claro que a gatinha não trazia nome e foi difícil chegar a consenso, mas a filhota decidiu que seria Violeta e assim foi baptizada...



A Violeta é uma gatinha muito doce, gosta de todos nós e reparte a sua atenção por todos, anda de colo em colo. De manhã, vai-nos acordar à vez, começa a arranhar na minha porta, passa pela do filhote e termina na da filhota. Isto não é feito arbitrariamente, ela depressa descobriu quem eram os primeiros a levantar-se...



A Violeta adora esconder-se, brincamos muitas vezes às escondidas, mas fica sempre com o rabo de fora e, portanto, gato escondido com rabo de fora é fácil de encontrar... Outras vezes, esconde-se, mas depois vem espreitar, volta a esconder-se e volta a espreitar e nós fazemos o mesmo... e andamos tempos infinitos a escondermo-nos e a espreitarmos... 


Não podemos deixar os armários, máquinas de lavar roupa ou louça abertos, porque ela, curiosa como todos os gatos,  tem de pesquisar tudo a fundo... Também adora meter-se debaixo dos armários...
Não pode ver caixas, cestos vazios que se enfia logo dentro deles...


O seu passatempo preferido é caçar moscas ou tudo o que voe: chega a estar tempos infinitos a tentar caçar borboletas que pousam nos vidros das portas de sacada, do lado de fora, a pobrezinha ainda não percebeu que elas não estão do lado de cá das vidraças...


É muito delicada, com as patinhas agarra-nos as mãos e tenta morder-nos, estão a nascer-lhe os dentes, nós começamos a fingir que choramos e dizemos ai, ai, ai... ela olha-nos e começa a lamber-nos as mãos.


Não pode ver nada pendurado: mobiles, franjas, plantas... começa a puxar, tentamos pôr as coisas longe do seu alcance, mas ela não desiste e salta e dá piruetas para atingir o seu objectivo... É divertidíssimo, rimos a bandeiras despregadas com as suas acrobacias... ela pára momentaneamente e olha-nos, intrigada, mas logo retoma a sua faina...

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